Meus livros

Odes Caducas

Um novo sopro de ventos rebeldes de mais de um século

Odes Caducas é um livro de poesia para quem gosta de poesia. Para quem gosta de falar de poesia, pensar poesia, ler poesia. É um livro para quem gosta de arte, para quem gosta de viver, sentir, apreciar, testemunhar e sofrer a arte. É um livro para quem compreende que a arte deve carregar consigo sentimentos poderosos e primais, e não uma beleza inofensiva e conformista.

Odes Caducas é um livro para quem se deixa chocar-se pela arte sem ficar chocado, para quem deixa ultrajar-se sem ficar ultrajado. É um livro para Anitas Malfattis, e não para Monteiros Lobatos; para Tarsilas do Amaral, e não para Olavos Bilacs. Deixe-se contaminar por estas páginas, deixe-se transportar para um século no passado, e prove toda aquela rebeldia, toda aquela subversão, como se fosse recém-saída do forno.

E jogue tomates, caso deseje. Não se acanhe. Vaie as apresentações, suba no palco, escreva uma crítica destrutiva no jornal; não se acanhe. Reaja como achar que deve, deixe-se contaminar pelos sentimentos que lhe serão despertados pela arte. É para isso, afinal, que ela serve. E a arte não precisa de nossa condescendência.


Pudim de Aborto e outros poemas

Visões de Brasil! Visões de violência! Visões de um instante que é tudo!

Os versos dessa obra, escritos durante o caótico ano de 2018, em sua maioria, são como uma mosca preservada em âmbar com o corpo ainda sujo da podridão em que esteve. E como o ciclo marcha rumo a seu desfecho, parece apropriado mostrá-la para que, outra vez, alce voo. A raiva, a impotência, o medo – atemporalmente atuais, mesmo com a passagem do tempo. Aqui, não encontrará a beleza lírica de praxe nem o refluxo narcísico e brega. Estes poemas são explosões em linha reta, cheios de fúria e violência. De que outra forma poderia externar as impressões do momento? Como fazer jus ao desespero deste pequeno inseto ao se ver preso?

Toma esse livro, esse incompreensível panfleto febril, como um fragmento de âmbar, um falso cristal na contraluz. Por um instante, pode parecer belo com suas pequenas impurezas, com seus restos presos ao corpo minúsculo, com sua fotográfica natureza. Mas lembra que, na pose conservada, está a agonia, o desespero, a urgência do instante. De um instante passado, de um instante ainda presente, de um instante anunciado. De uma tragédia que é agora e sempre.